quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Coccidioidomicase pulmonar e extrapulmonar Diagnostico sorológico de imunodifusão dupla em Agar

Coccidioidomicase pulmonar e extrapulmonar
Diagnostico sorológico por imunodifusão dupla em Agar.

Motta, Félix Gerardo Vasconcelos -  Bimédico, Doutor Biologia molecular e Microbiologia - Paulista PE - Brasil 2016

A coccidioidomicose é uma micose sistêmica causada pelos fungos dimórficos Coccidioides immitis e Coccidioides posadasii. A infecção é adquirida pela inalação de artroconídios infectantes presentes no solo. Usualmente apresenta-se como infecção benigna de resolução espontânea em 60% dos casos. A micose é encontrada em regiões áridas e semiáridas do continente americano entre os paralelos 40ºN e 40ºS, principalmente no sudoeste dos Estados Unidos e no norte do México. A coccidioidomicose foi diagnosticada recentemente na região semiárida do nordeste do Brasil em quatro estados: Piauí (100 casos), Ceará (20 casos), Maranhão (6 casos) e Bahia (2 casos).
 A micose se manifesta sob três formas clínicas principais: forma pulmonar primária, forma pulmonar progressiva ou forma disseminada. Os sintomas de infecção respiratória manifestam-se, em média, 10 dias após a exposição.
 O diagnóstico faz-se pelo isolamento do Coccidioides sp. em cultivo ou pelo exame direto positivo (hidróxido de potássio a 10%) de qualquer material suspeito (escarro, líquido cefalorraquidiano, exsudato de tegumento, linfonodos, etc.), ou corados por ácido periódico de Schiff ou impregnação argêntea. A imunodifusão em gel de ágar é o teste imunológico mais empregado na rotina diagnóstica. As manifestações radiológicas e tomográficas mais frequentes são nódulos pulmonares múltiplos, a maioria escavados, distribuídos difusamente.
 As drogas indicadas para o tratamento são fluconazol e itraconazol, com doses médias variando de 200 a 400 mg/dia, podendo chegar a 1.200 mg/dia. Nos casos graves, a anfotericina B pode ser a droga de escolha inicial. Na manifestação neurológica, o fluconazol é a droga preferida na dose mínima de 400 mg/dia


Diagnóstico laboratorial
Exame direto
O exame direto deve ser feito como rotina em qualquer material suspeito: escarro, líquido cefalorraquidiano, exsudato de lesões tegumentares, pus de abscesso, lavado brônquico, aspirado de lesões ósseas e de articulações, urina, aspirado de medula óssea e linfonodos, etc.
 A pesquisa é feita em preparados com solução de hidróxido de potássio a 10% para demonstrar os elementos parasitários característicos de C. immitis. A visualização de esférulas imaturas permite um diagnóstico presuntivo, mas esses elementos podem ser confundidos com outros agentes fúngicos.. Entretanto, o achado de esférulas maduras, repletas de endósporos, é patognomônico e definitivo para o diagnóstico.
 Nos líquidos orgânicos, o exame deve ser realizado no sedimento de material centrifugado até 3 h após sua coleta. Além do exame a fresco com hidróxido de potássio, o material pode ser distendido em lâminas e corado pelo ácido periódico de Schiff e por impregnação argêntea de Gomori-Grocott.
Cultura
Devido à virulência dos agentes (C. immitis e C. posadasii) e ao elevado risco de contaminação em laboratório, sabendo-se da possibilidade diagnóstica de coccidioidomicose, os cultivos devem ser evitados. No entanto, uma vez realizados, sua manipulação deve ser feita em cabine de segurança biológica, classe II B2.  Esses agentes crescem bem em praticamente todos os meios rotineiramente empregados em micologia.
 O crescimento do fungo ocorre entre uma e duas semanas, mas já é possível evidenciá-lo a partir do quinto dia. Outras técnicas utilizadas para a confirmação desses agentes não estão disponíveis na rotina laboratorial e incluem o teste de exoantígenos e a técnica de PCR para investigar uma sequência específica no DNA do isolado suspeito (antígeno CSA)
Exame imunológico
São descritas três reações principais para detecção de anticorpos: precipitação em tubo, fixação do complemento e imunodifusão em gel de ágar (IDGA).
 A primeira evidencia anticorpos precipitantes do tipo IgM, que surgem precocemente nas formas agudas primárias, as quais cerca de 75% têm reação positiva.
 A reação de fixação do complemento detecta anticorpos mais tardios, do tipo IgG, nas formas progressivas e disseminadas, cujos títulos geralmente correlacionam-se com a gravidade do caso.
 A imunodifusão em gel de ágar IDGA é o teste mais empregado na rotina diagnóstica e tem a mesma finalidade da fixação do complemento. Nas formas meníngeas, recomenda-se também realizar essas reações com o líquido cefalorraquidiano, tanto para o diagnóstico quanto para o seguimento do controle do tratamento.
 Sorologias pareadas com títulos crescentes são indicativas do diagnóstico. Na rotina laboratorial, geralmente é utilizado um kit comercial disponível para reação de imunodifusão em gel de ágar IDGA para C. immitis,cuja sensibilidade varia de 70% a 90%, de acordo com o perfil dos pacientes; a especificidade é praticamente absoluta
 Imunodifusão são testes sorológicos realizados em meio gelificado, no qual os reagentes só se misturam por difusão.
 Dupla difusão em gel de ágar: precipitação entre Ag e o Ac específico em meio gelificado.  Os reagentes se difundem um contra o outro, formando uma linha ou arco de precipitação na área da reação.
 Desenvolvido para a detecção de antígenos, porém tem sido mais utilizado para a detecção de anticorpos.  Feita sobre lâminas de microscopia ou placas de Petri, revestida com uma camada de gel de ágar em solução fisiológica ou tamponada.  Fatores que influenciam a velocidade da difusão como o Tamanho dos poros a Temperatura e a  Concentração e pureza do ágar e também a Concentração dos reagentes  e o  Tamanho e a forma molecular dos reagentes.
Imunodifusão  em gel de Agar (IDGA) tem demonstrado ser confiável, especifica e que apresenta poucas reações cruzada. A IDGA tem a vantagens do baixo custo e baixa complexidade técnica podendo ser realizadas nos laboratórios de analises clinicas.   Imunodifusão  em gel de Agar é uma prova que possibilita uma teste qualitativa e semi quantitativa podendo-se obter usando diluições do soro.
  Imunodifusão em gel de Agar (IDGA) pode ser considerado um teste rápido por obter os resultados em até 72 horas.
 Imunodifusão em gel de Agar apresenta a vantagens ser um exame não invasivo facilitando a recuperação do paciente
No diagnostico da coccidioimicose pulmonar e ou os casos extra pulmonar que ocorra manipulação direta do fungo, semeio em meio de cultura, preparação de lâmina direta para microscopia. considerando que a transmissão acorre por inalação dos artroconideos do coccioides sp, recomenda-se a manipulação das amostras seguindo as normas de biossegurança de acordo com o nível do rico  




Referências
1.    Togashi, Ricardo Hideo Relato de caso Coccidioimicose pulmonar e extra pulmonar três casos em zona endêmica no interior do Ceara – Sobral CE 2008

2.    Lacaz, Carlos da Silva Micologia Médica- São Paulo 1991 , p 348

3.    Kwong-Chung KJ, Bennett JE. Coccidioidomycosis. In: Kwon-Chung KJ, Bennett JE, editors. Medical mycology. Philadelphia: Lea & Febiger; 1992. p. 356-96.