Mycobacterium
tuberculosis: mecanismo de resistência à rifampicina em pacientes
atendidos no serviço de saúde pública do município do Paulista - PE
Félix Gerardo de Vasconcelos Motta
Resumo
Este trabalho pretende demonstrar o mecanismo de
resistência ás drogas em cepas selvagens do Mycobacterium
tuberculosis em amostras de escarro dos pacientes sintomáticos
respiratórios, casos novos e retratamento, atendidos nas unidades de saúde pública
do município do Paulista PE. Utilizando a detecção do gene rpoB que confere
resistência á rifampcina, como marcador de resistência. A metodologia empregada
para detecção é a reação em cadeia da polimerase em tempo real (PCR-RT)
realizado no laboratório do Centro de Endemias e Analises Médicas do Paulista
(CEAMP).
Palavras chaves: tuberculose, resistência a rifampcina, reação em cadeia
da polimerase.
Com o advento dos antibióticos a comunidade cientifica
e biomédica acreditava na possibilidade de erradicar a tuberculose ou diminuir
sua incidência para níveis mínimos aceitáveis. Entretanto com surgimento de
cepas do Mycobacterium tuberculosis
resistentes aos principais drogas antituberculose, ternando a tuberculose
multidrogas resistente um grave problema de saúde publica.
Este trabalho esta dividido em três capítulos e
pretende descrever o mecanismo de resistência aos antibióticos efetivos no
tratamento da tuberculose na cidade do
Paulista e analisar o impacto nos
índices epidemiológicos da tuberculose no município do Paulista – PE
Demonstrar o agente etiológico da tuberculose e as
estratégias adotada pelos serviços de saúde publica do município do Paulista
para detecção da incidência de
resistência a Rifampicina em pacientes em tratamento são discutidas no primeiro
capitulo
Demonstrar o processo de transmissão e definição de casos
novos e os índices de incidência, prevalência, morbidade e mortalidade por
tuberculose pulmonar e tuberculose multidrogas resistente no município do
Paulista PE serão abordados no segundo capitulo deste trabalho.
No capitulo terceiro será descrito como determinar a
presença de resistência primaria em pacientes sintomáticos respiratórios
atendidos no sistema de saúde publica do município do Paulista PE, quando
paciente casos novos e de retratamento são diagnosticado com a detecção do DNA
mutante do gene rpoB que confere resistência ao antibiótico Rifampicina na
bactéria o bacilo Mycobacterium
tuberculosis.
A tuberculose (Tb) é a mais devastadora das doenças
infecciosas, em todo o mundo. Após o seu declínio no começo do século com o
advento dos antibióticos dando impressão do seu controle ou erradicação,
entretanto a partir dos anos de 1970 a tuberculose nos surpreende com o seu
resurgimento em muitos países industrializados, agravado pelo aparecimento de
cepas de Mycobacterium tuberculosis
multirresistentes ás drogas usadas em
sua terapia, despertou um enorme interesse pela compreensão dos mecanismos
desta resistência.
OBJETIVOS:
Objetivo geral:
1. Determinar
o mecanismo de resistência ao antibiótico rifampcina nos Mycobaterium tuberculosis em pacientes atendidos nas unidades de
saúde do município do Paulista.
Objetivos específicos:
a. Demonstrar
a eficácia dos métodos de diagnósticos
da infecção por Mycobacterium
tuberculosis Multi Droga Resistente (MDR) na população do município do
Paulista – PE.
b. Avaliar a sensibilidade, especificidade na
metodologia empregada cultura e ( Reação
em cadeia da Polimerase (PCR). Nos exames realizado no Centro de
Endemias e Analises Médicas do Paulista (CEAMP)
c. Determinar
a prevalência global primaria e adquirida a Rifampicina usada no tratamento da
tuberculose no município do Paulista estado de Pernambuco.
d. Fornecer
dados que irão permitir o planejamento e implementação de políticas publicas de
saúde e intervenção visando á prevenção
e controle de resistência as drogas antituberculose.
JUSTIFICATIVA
A tuberculose é uma
das doenças mais antigas que afligem a humanidade e constituí uma das
principais causas de morbidade e mortalidade em nosso pais, atingindo
indistintamente diversas faixas etárias e classes sócias. O Centro de Endemias e Analises Médicas do
Paulista CEAMP é o laboratório de saúde publica, do município do Paulista – PE
responsável pela realização dos exames de diagnostico da tuberculose. E integra
a rede de laboratório dos municípios prioritário do Programa Nacional de
Controle da Tuberculose (PNCT) do Ministério da saúde.
Com este trabalho pretende-se demonstrar o
mecanismo de resistência a droga rifampina no Mycobacterium tuberculosis em pacientes assistidos nas unidades de saúde
do município do Paulista – PE
Avaliar os procedimentos operacionais como
teste de rotina para diagnostico e triagem de resistência a antibióticos.
Contribuir de forma efetiva na melhoria da diminuição dos índices de morbidade
e mortalidade a nível municipal. Estimar
o impacto em condições programática da implementação do Teste de Reação em
cadeia da Polimerase (PCR), e as taxas de detecção da tuberculose pulmonar
resistente a rifampicina, e detecção de tuberculose pulmonar multidrogas resistente, e qual suas limitações.
Contribuir com a confirmação laboratorial dos
casos de tuberculose pulmonar e laríngea resistente a rifampicina e a
diminuição do tempo do inicio do tratamento. Subsidiar ações de enfretamento
deste agravo no âmbito municipal, bem como na formulação de estratégia em saúde
publica para o controle da morbidade e mortalidade pela tuberculose.
REVISÃO DA LITERATURA
Capitulo I
Agente etiológico da tuberculose
A tuberculose tem seu principal sítio de infecção o
sistema respiratório humano podendo infectar outros órgãos e tecidos. A
tuberculose pulmonar e laríngea é uma
das morbidades com um dos maiores índices de mortalidade em nosso município (
Paulista PE) e região e no mundo, apresenta distribuição mundia e tem como agente
etiológico o Mycobacterium tuberculosis.
A espécie Mycobacterium
tuberculosis (MTB) é classificada taxonomicamente no grupo de espécies do
Complexo Mycobacterium tuberculosis do gênero Mycobacterium da família Mycobacteriaceae,
subordem Corynebacteriaceae, ordem
dos Actinomicetales, classe Actinobacteria, subreino Bactéria do
reino Monera e domínio Prokaryota (Garrity et al., 2007).
A classificação
do gênero Mycobacterium é definida
por três critérios principais: resistência à descoloração por álcool-ácido pela
técnica de ZiehlNeelsen, concentração entre 58 e 71% das bases C-G no DNA e
síntese de ácidos micólicos (Levy-Frebault e Portaels, 1992; Cole et al.,
2001).
As micobactérias são bactérias aeróbicas de
crescimento lento, pois demoram entre 16 a 20 horas para se multiplicarem,
apresentam a forma de bastões, sendo assim denominados de bacilos, que podem
ser retos ou ligeiramente curvos medindo entre 0,2 e 0,6 μm de largura por 1 a 10 μm de comprimento. São imóveis, com ausências de
esporos e cápsulas. Suas colônias não contêm pigmentação (acromógenas) e formam
ramos alongados e tortuosos caracterizando a formação em corda, o qual é
utilizado como um dos indicadores do Complexo Mycobacterium tuberculosis (Brasil/MS, 2002; Cole et al., 1998).
Aspectos da
morfologia do MTB Legenda: Morfologia do MTB pela técnica de microscopia
eletrônica de varredura Cultivo típico de MT com formação do fator corda em
lâmina corada pela técnica de Ziehl Neelsen
.Fonte:http://www.raw-milk-facts.com/images/tuberculosis.htlm);
http://traumwerk.stanford.edu/mycobacteriumtuberculosis.
Várias espécies de micobactérias podem causar a
tuberculose (TB) em humanos e animais e estão agrupadas no Complexo Mycobacterium tuberculosis as espécies:
MTB, M. microti, M. africanum, M. bovis, M. pinnipedii, M. caprae e M. canettii.
Este complexo se diferencia das outras micobactérias pela presença de
marcadores moleculares em seu DNA, ausências de pigmentação das colônias e de
inibição do crescimento na presença de ácido-p-nitrobenzóico (PNB), (Cole et
al., 1998; Palomino et al., 2007).
As micobactérias quando submetidas à coloração
com fucsina fenicada quente pelo método de Ziehl-Neelsen ou a frio pela
auramina, resistem à descoloração por álcool acrescido de ácido, configurando a
sua classificação como bacilo-álcool-ácido-resistente (BAAR), devido à presença
de ácido micólico na composição de sua parede celular. Apresentam também alto teor lipídico em sua parede
celular, responsável pela formação de granuloma no sítio da infecção
(Brasil/MS, 2002; Leão, 2004).
O genoma do MT possui 4.411.529 pares de base (pb),
presenças repetidas de vários genes e elementos de inserção, principalmente o
IS6110, alta concentração das bases nitrogenadas Guanina e Citosina. Grande
parte do genoma codifica enzimas que agem na degradação de lipídeos do
hospedeiro do MTB, que serão convertidos em nutrientes e precursores para
constituição de sua parede bacteriana. (Brasil/MS, 2002; Palomino et al.,
2007).
Capitulo 2
A transmissão da tuberculose
A doença é adquirida pelo contato direto com aerossóis
expelidos de indivíduos bacilíferos, principalmente durante a tosse, que os
liberam no ar sob a forma de gotículas infectantes.
As gotículas
mais leves ficam em suspensão por várias horas, e as que contem os núcleos
secos (núcleo de Wells) com 1 a 2 bacilos em seu interior e diâmetro de até 5 μm conseguem penetrar pela mucosa respiratória, e se
não eliminados pelo sistema de defesa, atingem os alvéolos pulmonares onde se
multiplicam.
Macrófagos
pulmonares são ativados para promover a fagocitose dos bacilos e conter a
infecção, porém algumas dessas células de defesa não conseguem efetivar sua
ação, devido a mecanismos de escape desenvolvidos pelo bacilo, permanecendo com
o bacilo íntegro em seu interior, assim o bacilo consegue se multiplicar no interior
desses macrófagos. Neste momento, outros fatores do sistema imune são
desencadeados no intuito de conter a dispersão dessas células infectadas, dando
início à formação de um granuloma tuberculoso, no qual o bacilo pode se manter
em estado de latência por muitos anos, podendo ou não ser reativado. (conde et
al, 2011)
Uma vez
reativados os bacilos podem ser disseminados a vários outros tecidos/órgãos
ocasionando, de acordo com o local acometido, outras manifestações de
tuberculose.
A evolução para
a infecção está diretamente associada a vários fatores sociais, genéticos e\ou
imunológicos do indivíduo exposto, além da carga e virulência do bacilo
(Brasil/MS, 2002).
A ocorrência de cepas de Mycobacterium tuberculosis (Mtb) resistentes às drogas de primeira
escolha para o tratamento da tuberculose não é um fenômeno recente, havendo
relatos já na década de 50, quando surgiram os primeiros fármacos ativos contra
o bacilo. (Rafael et al, 2007)
O processo
biológico de surgimento de cepas resistentes ocorre de forma aleatória em
colônias de Mycobacterium tuberculosis
com elevado número de organismos, independentemente da presença de drogas.
Contudo, esta resistência adquirida garante vantagens destes organismos
mutantes sobre os demais da colônia, uma vez que, durante um tratamento
farmacológico inadequado, terão a capacidade de sobreviver e superar em número
a cepa predominante na lesão. Infecções causadas por colônias de bacilos
mutantes dão origem à tuberculose multirresistente a drogas (TBMR) ( Rafael et
al, 2011).
O Brasil é um
dos 22 países com maior carga de tuberculose no mundo, sendo incluído entre
aqueles priorizados pela iniciativa The StopTb Partnership (STOP-TB). Em 1999,
foram notificados 78.070 casos novos de tuberculose no país, correspondendo a
uma incidência de 47,62 por 100 mil habitantes (Natal, 2000).
Em 1980, o
Programa Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT) implantou o esquema de
curta duração, auto-administrado. Entre as vantagens apresentadas no esquema de
curta duração, destacava-se a utilização de duas drogas combinadas, rifampicina
(R) e isoniazida (I), em uma única apresentação. Esta combinação das drogas
tinha como finalidade prevenir a resistência adquirida, ao evitar a
monoterapia. A primeira fase de tratamento é feita com a R, I e a pirazinamida
(Z), cada uma das drogas agindo de maneira mais específica nas populações
bacilares. Segundo Mitchison (1998), o início da ação bactericida da R é
retardado em relação ao da I, que começa agir rapidamente.
Esta diferença levaria a uma “monoterapia”, pois,
durante um período inicial, a população bacilar com alta atividade metabólica
estaria sob ação de apenas uma droga, já que a Z teria pouca atividade neste
tipo de população bacilar.
O resultado
seria semelhante ao da monoterapia por erro de ingestão das drogas,
selecionando bacilos resistentes. A cada reinício de tratamento, o processo se
repetiria. Desta maneira, como pensado anteriormente, a combinação das drogas
não evitaria totalmente um período de “monoterapia”, sob o ponto de vista da
farmacocinética.
O tratamento supervisionado vem sendo recomendado no
Brasil, mas ainda se encontra restrito em termos de cobertura. Na cidade do Rio
de Janeiro, onde este trabalho é realizado, a supervisão só ocorre em caráter experimental.
(Natal et al 2010).
Capitulo 3
Mecanismo de resistência as drogas antituberculose
O uso prévio e inadequado de medicamentos também
contribui ao desenvolvimento da resistência prejudicando a efetividade do
tratamento da TB. A resistência micobacteriana aos quimioterápicos da
tuberculose é um fenômeno biológico natural, selecionando-se bacilos mutantes
entre uma população selvagem. Para avaliar a eficácia do tratamento é
necessário classificar o tipo de resistência apresentada (Brasil/MS, 2010),
O
CEAMP tem sua atuação em uma área de
97.312Km² e uma população de 310.000 habitantes
segundo senso do IBGE 2010. 40 unidades básicas de saúde que recebem os
escarros para exames destinados aos diagnósticos da tuberculose pulmonar e
extrapulmonar e também a identificação de cepa de Mycobacterium tuberculosis resistente a medicamentos.
O
laboratório (CEAMP )utiliza a técnica de coloração de Ziehl-Neelsen para
baciloscopia BK (baar) em duas amostras para diagnósticos e uma amostra mensal
durante seis meses para controle de tratamento e confirmação de cura.
A cultura o meio solido de Ogawa-Kudoh, para identificação do complexo Mycobacterium tuberculosis CMT e as
Micobacterias não tuberculose MNT não
realizamos teste de sensibilidade a antibióticos encaminhamos ao centro de
referencia o LACEN de Pernambuco.
Para diagnostico da infecção latente é
realizado o teste de tuberculina onde é
utilizado a PPD RT23 aplicado por via intradermica no terço médio da face
anterior do antebraço esquerdo e interpretado em 72 horas.
Os exames de escarro
para diagnostico da tuberculose pulmonar e laríngea e resistência a rifampicina
são realizados pela técnica de Reação em Cadeia de Polimerase em tempo real
(Torres ,2003). O laboratório dispõe de moderno equipamento automatizado que é
utilizada no Centro de Endemias e Analises Médicas do Paulista (CEAMP). O
equipamento possui um termociclador integrado e um leitor de fluorescência em
tempo real, o GeneXspert que executa em
duas horas extração, ampliação e detecção do DNA do mycobacterium tuberculosis e triagem de cepas resistente a
rifampcina em amostra única.
A isoniazida tem uma grande efetividade e
especificidade pelo Mycobacterium
tuberculosis com uma concentração mínima inibitória (CIM) de 0.2 mg/ml . as
outras CIM para outras espécie de micobacterias variam de 1 a 10 mg/ml ,
enquanto para outro gêneros de bactérias são superiores a 500 mg/m. possíveis
explicações para esta especificidade são a presença de um alvo sensível na M. tuberculosis e a potencializarão da
droga nesta espécie pelo aumento da captação ou inativação intracelular da
droga e a presença de antagonista nas outras bactérias ( Zhuang e Young,1993).
Evidencias
bioquímicas sugerem que a Isoniazida pode preferencialmente inibir a síntese de
ácidos graxos, que são incorporadas na estrutura da parede celular da
micobacterias existe também indicação de que a toxidade da isoniazida pode ser
mediadas por radicais oxidativos a transformação com um gene, que codifica para
o complexo enzimático catase-peroxidadase, na Mycobacterium tuberculosis confere uma limitada susceptibilidade a
isoniazida. Em cepas mutantes de E. coli não portadora de atividade endógena a
catalase, mais interessante ainda cepas de E. coli multadas nos sitio de
regulação dos mecanismo de defesa por via oxidativa (mutante oxyR) também perde sua resistência intrínseca a
isoniazida. Ainda não se sabe se a inibição da síntese de acido micolico e a toxidade oxidativa em E. coli são fenômenos interligados ou
representam modos distintos de ação da isoniazida. Recentemente foi
identificado dois genes de micobactérias que estão presentes e alterados nos
isolados resistente a isoniazida o gene KatG e o gene inhA.(Freitas et al 2012).
Há algum tempo que é sabido que o desenvolvimento da
resistência a isoniazida esta frequentemente associado a perda da atividade de
catalase e peroxidase. Experiências genéticas recentes veio a demonstrar uma ligação da isoniazida e o complexo enzimático catalase-peroxidase por outro lado foi mostrado que cepas
clinicas de M. tuberculosis,
resistentes a altas concentração de isoniazida CIM = 50 mg/ml não apresentavam
o gene KatG codificador do complexo
catalase-peroxidase, e que a transformação dessas cepas, com um KatG
funcional, restaurava a sensibilidade a droga. Teste com cepas resistentes á
isoniazida, com o uso da técnica de Southern blot indicam que a deleção do gene
KatG é um fato relativamente raro,
observado em apenas 10 a 20% dos isolados catalase-peroxidase negativo. .(Freitas
et al 2012).
O papel do gene KatG na ação da isoniazida foi
inicialmente demonstrado em experiência
nas quais foram usados clones de M.
tuberculosis, obtido pela técnica de DNA recombinante , para transferir sensibilidade
a um mutante de Mycobacterium smegmatis
reaistente a isoniazida. .(Freitas et al 2012).
Resistência a Rifampicina
A rifampicina inicialmente isolada do Streptomyces
mediterranei em 1993 é um antibiótico de largo espectro, que juntamente com
isoniazida, é fundamental no combate a tuberculose. Esta bem definida a nível
de outras bactérias que a rifampicina inibe a síntese de RNA, ao se ligar á
subunidade beta da molécula da enzima RNA-polimerase. Mutações no gene rpoB da Mycobacterium tuberculosis, que codifica
para subunidade beta, confere resistência a rifampicina.(Carvalho et al 2013).
Resistência a estreptomicina
A estreptomicina é também um antibiótico de largo
espectro com o seu modo de ação bem estabelecido e envolvendo a inibição da
síntese de proteínas, através de sua interação com subunidade ribossomal de 30s
. mutações que afetam e genes têm sido identificadas em isolados de Mycobacterium tuberculosis resistente a
estreptomicina. De um modo geral do total de 38 isolados 20 (58%) exibiam
pontos de mutação que resultaram na substituição de um único aminoácido
(lisina-43 para argininas ou treonina, ou lisina-88 para arginina) na proteína
ribossomal S12, codifica pelo gene rpsi (ou StrA). Nove outros isolados
resistentes apresentam mutações no
codificador do RNA ribossomal de 16S , deste 6 tinham sofrido a conversão de A
para C, na posição 513 enquanto nos outros 3, a conversão havia sido de C para
T na posição 518. .(Carvalho et al 2013).
O tratamento da tuberculose de fato efetivo, somente
foi alcançado nas décadas de 1960 a 70 com o advento dos antimicrobianos, o que
nos fez criar uma esperança do controle e ou erradicação desde agravo (Tb).
Apesar dos esforços e
das pesquisa cientificas na industria farmacêutica sou poucas as drogas
efetiva. Com as seguintes drogas disponíveis no momento usadas em sua terapia
são: o Acido p-amino-salicilico, Amicacina, Canamicina, Ciproflaxacina,
Esparfloxacina, Estreptomicina, Etambutol, Etionamida, Isoniazida,Pirazinamida,
Rifampicina, Tiacetazona e a Viomicina. (Cole, 1994.).
A detecção
rápida de isolados resistentes contribui para prevenir a transmissão e orientar
na escolha inicial das drogas para o tratamento da tuberculose.
Telenti et al. (1993) foram os primeiros a
determinarem os sítios de mutação que resultaram na resistência do bacilo à
Rifampicina. Eles encontraram 15 mutações distintas no gene rpoB entre
64 cepas resistentes a RIF isoladas em diversos países.
.
Cada uma destas
mutações resultou em substituição de 1 a 8 aminoácidos em uma pequena parte do
gene rpoB de 69 pb. Mutações 35 nos diferentes genes que estão
associados à resistência às drogas anti-tuberculose
A PCR em tempo
real (RT-PCR) detecta todas as mutações do Mycobacterium tuberculosis (MTB)
que ocorrem na região de 81pb do gene rpoB, códon 315 do katG e
sítio de ligação ribossomal inhA, responsáveis pela resistência à
rifampicina (RIF) e isoniazida (INH), respectivamente.(Carvalho et al, 2013).
. O objetivo deste estudo foi avaliar a sensibilidade,
especificidade e rapidez do método de RT-PCR em determinar a susceptibilidade
de isolados de MTB à RIF e INH em pacientes das unidades básicas de saúde do
município do Paulista PE
Nos últimos 10 anos, o mecanismo de ação da maioria
dos agentes anti-tuberculose (anti-TB) foi descrito e com isso começamos a
entender o mecanismo molecular pelo qual o Mycobacterium
tuberculosis se torna resistente. O bacilo da tuberculose é frequentemente
adquirido muito cedo na vida de um indivíduo. A primo infecção dá início ao
desenvolvimento de certa imunidade e formação de granuloma e calcificação. Isto
é seguido por um período de latência de tempo variável, o qual continua até
ocorrer à reativação em uma proporção destes indivíduos. Isto significa que os
bacilos tuberculosos possuem pouca oportunidade de interagir e trocar
informação genética com outros, como por exemplo, organismos que colonizam a
nasofaringe ou o trato gastrointestinal. Nestes locais, outras bactérias podem
transmitir determinantes de resistência a antibióticos através de elementos de
transferência genética, por transdução ou transformação (Dale, 1995).
Apesar de um tratamento adequado levar à cura na
maioria dos casos, a frequência de isolados resistentes a drogas tem aumentando
nas últimas décadas, sendo uma das causas da falha no tratamento e cura
(Telenti e cols, 1993). Em MTB, isolados MDR aparecem como resultado de
mutações em genes que codificam os alvos para as drogas e/ou enzimas ligadas a
estes alvos (Gillespie, 2002).
Desde sua introdução a RIF tem sido uma componente
chave na terapia de infecções tuberculosas. A resistência a ela está
relacionada a mutações na subunidade β da RNA polimerase DNA dependente, codificada pelo
gene rpoB, onde ocorre a ligação da droga inibindo a transcrição de RNA
e por consequência a síntese de proteínas (Ramaswamy e Musser, 1998; Blanchard,
1996).
O amplo uso da
RIF e seus derivados resultaram na emergência da resistência a ela. Estudos
genéticos demonstram que aproximadamente 95% das mutações associadas à
resistência a RIF, ocorrem na região de 81 pares de bases do gene rpoB,
que codifica os aminoácidos de posição 507 a 533, as outras 5% ocorrem fora
desta região (Telenti et al., 1993; Cole e Telenti, 1995).
Os isolados sensíveis
à RIF não possuem mutações neste gene; assim, a presença de mutação indica que
o isolado de MTB é resistente à RIF. A RIF é um excelente marcador de isolados
MDR, pois todos estes isolados são resistentes à RIF (Telenti e cols, 1993). As
frequências comumente encontradas destas mutações são 41% no códon 531, 32 a
36% no códon 526, e 7 a 9% no códon 516 (Ramaswamy e Musser, 1998; Abate et
al., 2001;Torres et al., 2003).
Em muitos casos, mutações gênicas associadas com
resistência a drogas podem causar diferentes níveis de resistência ou podem não
estar diretamente relacionadas ao mecanismo de resistência. Este é o caso da
INH. Mutações parciais, totais, pontuais ou inserções no gene katG que
codifica para a catalase-peroxidade, eliminam ou diminuem a atividade da
catalase e produzem altos níveis de resistência à INH (Zhang et al., 1993; Heym
et al., 1999; Ramaswamy e Musser, 1998).
A resistência bacteriana é uma grande ameaça a saúde
publica. No processo infeccioso a utilização de antibióticos no tratamento
destrói os microorganismos suscetível debelando as infecções as bactérias que
por adaptação e ou mutação genética continuarão a se multiplicar por serem
resistente ao antibiótico.
Ao analisar a resistência
bacteriana é conveniente considerar tanto os mecanismos de ação dos
antimicrobianos quanto ás propriedades necessárias para a sua eficácia. Os
antimicrobianos devem ser capazes de: alcançar os alvos moleculares, que são
primariamente intracelulares.
CONCLUSÃO
A tuberculose pulmonar é um dos maiores problemas de
saúde mundial, agravado pelo surgimento de cepas do Mycobacterium tuberculosis resistência
as drogas antituberculose. No município do Paulista PE, este agravo esta sendo
enfrentado com implantação de tecnologia de diagnostico da biologia molecular,
possibilitando um diagnóstico mais rápido e uma intervenção terapêutica
efetiva.
O desenvolvimento de metodologias que permitam um
rápido diagnóstico de tuberculose resistente é muito importante para o controle
e redução na disseminação da doença, sendo uma urgência na Saúde Pública.
Dentre essas tecnologias destacam-se as moleculares empregando-se a reação em
cadeia da polimerase em tempo real (PCR-RT) (Torres 2003).
Este trabalho vem contribuir com as ações dos serviços
de saúde do município do Paulista PE fornecendo informações, que leve a
diminuir, as taxas de morbidade e mortalidade por tuberculose pulmonar multi
drogas resistente e sua transmissão.
Foram analisados dados secundários do
Laboratório de saúde publica do município do Paulista PE o CEAMP (Centro de
Endemias e Analises Médicas do Paulista) que é referencia em diagnostico da
tuberculose e faz parte da rede de laboratório do PNCT – MS ( Programa Nacional
de Controle da Tuberculose do Ministério da Saúde) demonstrando que a
confirmação laboratorial de casos novos e de resistência a Rifampicina pela detecção do gene rpoB em amostra de
escarro de pacientes sintomáticos respiratórios. Possibilitou mudanças no
algoritimo da atenção e medidas de contenção da doença e sua transmissão.
Foram demonstrada que a detecção do gene
rpoB em cepas do Mycobacterium
tuberculosis (que confere resistência a Rifampicina) como marcador
da tuberculose multi drogas resistente (Tb MDR) em pacientes atendidos nas
unidades básicas de saúde do Paulista – PE submetido ao exame de escarro com
técnica reação em cadeia da polimerase em tempo real.
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